- oitavo andar
agora os frascos
ocupam seus lugares
na gaveta de poesia
entre
papéis amarelos
(incuráveis)
deixo minha dor
palidamente escondida
sob o rouge
espreito o real
com cismas inverossímeis
na estante da minha alma
nada mais cabe
fotografias livros desejos
cartões-postais intimidades
fingimentos rescunhos discos
(...)
nada mais cabe
no quarto no poema no peito
tudo que vejo agora
se resume ao parapeito
vertigens amalgamadas à imagens
uma janela ampla e clara
e um convite delicado
de ser borboleta
no ápice da leveza
metamorfosear a vida como um diário
"garanto que uma flor nasceu/ É feia. Mas é flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio." (Carlos Drummond de Andrade)
terça-feira, 23 de outubro de 2012
interpretação de suicídio - dedicado à ana cristina cesar
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