quinta-feira, 28 de junho de 2012

natureza viva

não poupe de sua mão a rosa
ferida aberta que se descolore:
no desbotado jardim das essências
são de pétalas são espinhos
as flores do meu segredo

domingo, 24 de junho de 2012

ânima

as vezes cheia, cem vezes vazia
trago comigo uma alma
animando minha humana poesia

sem vezes

de tal vezes em talvez
vez ou outra sempre outros
nunca é minha sua vez

segunda-feira, 11 de junho de 2012

patologia

guardo meus exageros
num frasco de conta gotas.
adoeço de loucura em doses homeopáticas.


sexta-feira, 8 de junho de 2012

des-esperar

tecer em fios de esperas o futuro
fiar os dias na agulha fina do amanhã
e na manhã intermitente desfiar o tempo
desfazer em travesseiros a trama do depois



concreções

"seus olhos embotados de cimento e lágrima" (Chico Buarque)

 impenetráveis olhos
de poesia concreta
lágrimas e poeira
misturando-se

significados são muros
de tijolos abstratos